Eterno testamento...
Pegue-me pela mão, mas não me leve ao altar.
Pecamos antes de enamorados
O sagrado não nos é de direito.
Anda, rasga minha alma já entardecida,
Corte-a em pedacinhos e a distribua pela cidade,
Envenene os miseráveis.
Corte minha carne crua e dura
Coma minha doença
Mas não morra assim desprovido da vida.
Adoeça aos poucos
Adoeça dançando um tango de Gardel,
Cause uma epidemia com o que de mim restou.
Não se entregue ao desespero
Seja o caos, a vertigem, o grito
Deixe-se morrer aos poucos.
Sinta doer,
Deixe que te rasguem, que te comam,
Faça com que adoeçam de ti.
Da mesma forma que hoje
Tu com a boca cheia de mim,
Adoece de todo amor que na terra deixo.