Gargulas
As vezes me sinto como gargulas,
No topo de um velho edificio,
Olhando a tudo e a todos,
Imóvel sem sentimento, somente olhando.
Tenho observado a chuva que cai,
E com ela tras a esperança de um novo amanhecer,
Sinto o suave soprar das brisas do vento,
Sinto a arder do sol a me banhar.
Sinto sua presença em certos momentos,
Mas sou feito de pedra,
Sou bloco maciço e cinzento,
Que nada nem ninguem me tiraria do lugar.
Mesmo sendo gargula, de minha face escorre,
Lagrimas de dor, lamurias e paixão,
Observo ao longe o que a vida não me deu,
E todo dia morro aos poucos por ti.
Mas sei que o vento que aqui sopra,
Leva pra longe o perfume e a dor,
Me mostra que sempre haverá um momento,
Em que meu coração de pedra nascerá pro amor.