Gargulas

As vezes me sinto como gargulas,

No topo de um velho edificio,

Olhando a tudo e a todos,

Imóvel sem sentimento, somente olhando.

Tenho observado a chuva que cai,

E com ela tras a esperança de um novo amanhecer,

Sinto o suave soprar das brisas do vento,

Sinto a arder do sol a me banhar.

Sinto sua presença em certos momentos,

Mas sou feito de pedra,

Sou bloco maciço e cinzento,

Que nada nem ninguem me tiraria do lugar.

Mesmo sendo gargula, de minha face escorre,

Lagrimas de dor, lamurias e paixão,

Observo ao longe o que a vida não me deu,

E todo dia morro aos poucos por ti.

Mas sei que o vento que aqui sopra,

Leva pra longe o perfume e a dor,

Me mostra que sempre haverá um momento,

Em que meu coração de pedra nascerá pro amor.

Carlos Falcão
Enviado por Carlos Falcão em 27/01/2008
Reeditado em 05/11/2009
Código do texto: T834782
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