por causa da chuva

ainda não falámos da chuva,

da falta que nos faz,

de nos mudar o olhar,

de nos fazer sérios com o mundo,

da falta que faz, à agricultura, ao pão

que comemos todos juntos.

A falta que nos faz, como reticências

de um queixume, de como poderia ser

se o que deve vir, viesse.

a chuva,a água que nos falta,

que é o corpo que procura as palavras,

o corpo, ouves-me, o nosso corpo também é conversa.

Constantino Mendes Alves
Enviado por Constantino Mendes Alves em 28/01/2008
Reeditado em 28/01/2008
Código do texto: T836720