CARTA DE ALFORRIA
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Tentando me inserir em darma, fujo, volto à calma
Rebuscada pela consciência em inquietante evolução;
Atinjo o nirvana do equilíbrio... Expectativa!
Incentivos a La Chopra, macros gestos ou a granel
Guiam-me neste rumo, comportamento no prumo;
Qual fatídica mandala, outrora arredio ser racional, insinua-se...
Sorriso em amarelo...Ok! Estamos sendo filmados;
Surgem as letras dos meus presentes - abc da entrega inteira
Valorizando o verde que dei, editou maneiras:
Vicejou em sentimento a imensidão da mata,
Encampou o mar... (ora vejo em azul);
Outrora natureza morta, véu de noiva nas cascatas por ti brotou;
Ousando em vão decifrar teus enigmas, títere, portanto sou;
Teu torpor anestesia a dor, inunda o campo dos meus mistérios, serio,
Cessa o clamor.
Devoção e melancolia... Mistura atroz tece cordão, opera nós
Atados pela paixão nos resistem...
No emaranhado de tuas inquietações, abriu-se o painel, vida breve,
Descortinou-se a ilusão,
Desmascarou-se o algoz inconseqüente da indolência dos meus sentidos.
Hoje moro em mim, tinha que ser assim; estou só.
Mas não deixo de peregrinar meu calvário, regência de ouvido;
Quando habilitaste tua vinda, sorrindo já imaginavas o pó,
Dor dorida, sem dó.
Num milhão de contradições, ópio é oração
Em solene cantilena, torno a recitar mil obrigados...
Quereria ser o mecenas da tua alegria, menestrel da bela orgia
Abalizar tuas paixões, reavaliar nossos sonhos nas coisas q’eu cria;
Regrar tua fugaz fantasia...Basta, valha-me Maria!
Hoje sei, não és daqui, bem senti
Quando pediste alforria.
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by jorge-arildo
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