Sistemal

Reis no poder;

Representantes traiçoeisros;

Povo oprimido;

Pão mal dividido;

Um país rico subtraído;

Educação que não educa;

Saúde que não cura;

Segurança que não acolhe;

Casas que aprisionam;

Lazer que nos condicionam;

Religião que nos alienam;

Cultura que nos difama;

Prazer que nos torna vis;

Tvs que nos inutilizam;

É a fome,

É a seca

É a sede,

O desemprego,

A falta de consciência;

Negligência...

Suicídios,

Ignorância;

Eleições compradas;

Injustiça...

Depois da chuva o carnaval.

Histórias mal contadas

Jovens mendigos;

Crianças bandidas;

Meninas perdidas...

Filhos sem futuro.

Pátria sem mãe,

Terra sem dono,

Ilha sem pai.

Assim somos,

Assim faz - se o Brasil.

Ilusões perdidadas,

Esperanças vencidas,

Guerra Urbana,

Insensibilidade,

Famílias sem idades,

Noites de dor.

Enquanto há mesas fartas;

Enquanto há apartamentos de latas;

Enquanto tudo é direcionado...

Ninguém ouve os gritos do gueto;

O Estado não vai a periferia;

A igreja ainda é burguesa e

A sociedade ainda vive a hipocresia.

De norte a sul morrem crianças de miséria;

A voz que se ouve é de um povo morto

Esperando a hora de deitar.

Ainda temos forças, mas não sabemo usar.

O sistema é capital, ele dita o mal,

Mas a gente segue em frente com animal.

Depois da chuva, depois do carnaval...

Depois da noite, mesmo sem café, recomeça o dia.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 30/01/2008
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