RABISCOS
A balança não se move,
Falta-lhe um peso.
A fé não termina,
Falta-lhe uma razão.
A justiça não é praticada,
Falta-lhe um golpe.
O amor não renasce,
Falta-lhe um motivo.
A escuridão atormenta,
Falta-lhe uma vela acesa.
A sorte não chega,
Falta-lhe o acaso.
Imerso em pensamentos solitários,
Um homem mergulha na imensidão de possibilidades,
Rodeadas de vazios.
Enquanto pensa,
O sol se prepara,
Para aquecer
A frieza de pensamentos vagos
E, quem sabe,
Seja o fim da escassez.
Rui Azevedo – 31.01.2008