CIPRESTES

CIPRESTES

Ainda que morram todos os ciprestes...

ainda restará as vestes.

Ainda que decaiam todos na lama,

ainda restará uma luz.

O cipreste serpenteia pelos cantos.

As flores crescem junto com os encantos.

Ainda que morram todos os ciprestes,

curar-se-á as pestes que se propagam.

A paga diária de nosso quinhão.

Ainda que parem todos os corações,

a vida verdadeira há de reger a orquestra

infindável dos sonhos...

O pesar pelas mortes,

o pesar pelas sortes.

Ainda que morram todos os ciprestes,

restará uma árvore mais alta do que tudo.

A árvore da vida

que cresce eternamente pelos ciprestes.

FERNANDO MEDEIROS

Campinas, é janeiro de 2008.