PASSAGEIRO DO TEMPO

O tic-tac ecoa na sala.

Seu olhar distante,

ainda passante, espreita as horas.

Personagem do tempo, sem alento.

Caminhas nas ruas desertas

com seus sapatos rôtos

dobrando a esquina e o rosto

em busca de quimeras.

Anda...anda..., vagueia o peregrino

nessa noite de brumas

apartando a loucura de mais uma busca,

busca de si para si.

Procura nas vielas escuras

a luz que habita em si.

O tempo escoa entre as mãos

aproximando a solidão do ancião.

Já não importa se é noite ou se é dia.

O que importa é diluir essa agonia

de viver no compasso do tempo.

Luiza Francisca
Enviado por Luiza Francisca em 06/02/2008
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