E quem cala os Poetas?

Por vezes parecemos pequenos,

Um nada.

E que a distancia é um mal a menos,

E nem sentimos que temos estrada.

Por vezes, não sentimos a fome,

Não temos casa, nem um lar.

Não sabemos se temos um nome,

Ou uma mão com que assinar.

Por vezes, parecemos egoístas,

Somos prisioneiros.

Parecemos falsos artistas,

E nem sequer temos um dom verdadeiro.

Por vezes falamos e nem temos voz,

Somos fingidores,

Dizem os invejosos da terra atroz.

Esses cruéis senhores.

Por vezes até somos uma totalidade,

E difundimos a poesia até a eternidade.

Somos pobres na alma alada,

Que nosso corpo não vale nada.

Por vezes, somos enormes, majestosos.

E SOMOS SIM.

Poetas feridos, mas orgulhosos.

E Lutaremos sempre até ao fim.