Memórias de Outono

o céu lacrimeja memórias, tenta ser intenso e verdadeiro

convencer a vida de que ir além é melhor

tenta expressar através da chuva seus sentimentos mais profundos

e sua janela de sol se abre como melodia atemporal

o fim não existe, velho homem

e algo cruza o tempo, chamando-me

posso voar novamente, talvez viver

as velhas poesias estão à deriva

e esse mesmo tempo move os ponteiros da eternidade

enquanto nas ruas desertas de afeição, correm esses rios de solidão

as sirenes soam alto, nem mesmo Deus não ouviu esse lamento

os soldados da morte choram sobre o sangue das palavras

eles saquearam o jardim secreto de seus sonhos mais reais

nunca me enganei, sempre sofri por mim mesmo

sempre te esperei na porta desse lugar eterno

e, frente ao mar de todos esses anos,

fria canção vaguea por minhas veias, te trazendo do abismo de meu coração!!!