A DOR

A DOR

A dor que se assemelha ao pranto.

Rústico como vulgar é minha sina.

A dor que se aproxima a cada instante

é rever os sonhos.

Compilar livros e tragar a voragem

num pleito, buscando harmonia.

Vai-se se tentando ser humilde,

enquanto colho folhas de amanhecer,

na réstia do dia malsão.

É a dor no peito,

que todos ou nem todos

carregamos no limiar de um século.

A dor que nos resta

é de amor que nos falta a cada segundo.

A verdadeira paz do mundo não existe.

É a dor do coração que fala mais alto,

num sobressalto de angústia a sufocar.

FERNANDO MEDEIROS

Campinas, é fevereiro de 2007.