Fim de exílio!

Dispo meus receios,

Nua, perante meus sonhos.

Sensação de liberdade,

Toma dimensão e me faz ver,

A enormidade que habita em ser!

Percebo, espelhado em olhos estranhos,

Reflexos de minhas fantasias.

Enxergo as mensagens de mim,

Com outros ângulos enfim...

Diferentes, sim, é verdade.

Mais acima de tudo, transparentes.

Os versos se mostram para mim.

E posso me ver claramente, de frente.

Vislumbro minha alma

Despida da mentira implantada,

Por anos de civilização ensinada.

Seja cordata, não sinta paixão, esqueça o tesão...

Só verdades nos olhos se espelham,

E me dizem, você é assim!

Olhe, coragem, se enxergue, se aceite...

Se entregue e se permita sonhar sem limites!

E as vezes, confesso, me sinto meio forasteira,

Desbravando minhas fronteiras.

Mais me perco, assustada, mais encantada,

Nesta viagem dentro de mim.

Despida e entregue, as minhas ansiedades, vontades...

Repartindo pedaços de minha alma,

Com que quiser se aventurar no momento que vivo.

Meus amores, conflitos...

Retalhos espalhados nos ventos,

São versos explícitos, de lamentos, torrentes de libido,

Vozes, de um coração aflito.

Dispo as boas maneiras e faceira,

Me abro e me doou inteira!

Aborto vergonhas, pudores,

Expurgo minha licenciosidade,

Me sinto, pura, inocente,

Mais fico tão carente!

Como se essa parte fosse o suporte de mim!

Dispo meus receios,

E lanço minha nudez em outros mares.

Oceanos e mentes distantes,

Águas de tantos matizes, azul- esverdeadas,

Algas clorofiladas,

Que oxigenam minha asfixiada alma,

Pelas vontades avolumadas no peito,

Por tempos de solidão,

Por anos de exílio do meu coração!

Observadora
Enviado por Observadora em 14/12/2005
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