Pusilânime

Ofereças os punhos a adaga,

mas não culpes o breu por ser escuro.

Como condenas o que no mundo é espurco

Se a luz que em ti é própria tu apagas?

Só os vermes visitarão o teu sepulcro

em teu jazigo, nem ao menos uma flor será encontrada...

Pôdes gritar os teus lamentos, mas a voz está calada.

Esvaiu-te a gratidão junto com o sangue dos teus pulsos.

Que fizeste diante da paisagem enlamaçada?

Apenas choraste com teus olhos turvos?

Fácil sucumbir amor e utopia e não ser nada!

Difícil é cantar o amor ao ouvido surdo,

é sorrir a dor quando ela ataca,

é ser aquilo que profetizas ver no mundo.