CISNE
As luxuosas penas que acolchoam tua pele delgada
Fazem crer que é a fonte de toda a alvura do mundo
E as sinuosas curvas que compõem a silhueta no horizonte
Insuflam divindade a tua presença
Ainda me lembro de ti, Cisne
A deslizar sobre o reflexo do céu
Como se o céu fosse seu próprio chão
E daquela margem em adiante, não houvesse tempo
E tudo se resumisse em contemplação
Aqui não tem lagos
Tampouco cines
Tenho na memória, como fotografia
Aquele bico caramelo apontando em todas as direções
Vogando despretensiosamente
Alheio a tudo que havia ao seu redor
[rh.15.02.08.18:29]