Soneto XXXIII

Chego ao fim! Termino aqui minha jornada

Cabeça erguida, no peito a tristeza flui

Por amante, por maldito, que sou e que fui

Chego às trevas, chego à morte, ao nada.

Ao vinho, à melancolia, até mesmo a Jesus

Dedico, também aos amigos, humildemente

E que sejam mais humanos do que gente

Que não se enganem pelo que morreu na cruz.

Chego ao fim, amando mais, bebendo

Do vinho que é meu sangue sagrado

Da lua que, minha noite, vai enobrecendo.

Sim, amo a morte, amo a tristeza, o desamado

Amo a melancolia, o obscuro, o horrendo

Amo pois sei como é amar e não ser amado.