Caminhoneiro
O destino e a rota quase sempre diferentes
Sempre distante de casa, da família e dos parentes
No painel uma foto para aliviar a saudade
Dos filhos e da mulher amada
Que há pouco tempo me fazia companhia
Agora já distante, milhas e milhas
O freio da carreta transmite em som a minha dor
E a solidão me faz chorar de amor
Chega a madrugada, mais pra gente nunca é tarde
Nunca é hora de parar
E com o frio vem a saudade
E a vontade de voltar
O dia sempre nasce comigo sempre acordado
A noite inteira no volante
Pra não chegar atrasado
Essa não é uma profissão fácil
Estamos sempre expostos a violência
E nunca somos recompensados por nossa competência
Eu como todos os caminhoneiros
Sempre sofro nessas estradas traiçoeiras
Sempre sufoco a saudade e a agonia
Pra levar pra casa o pão de cada dia
Passo por muitas histórias de solidão e terror
Sou um personagem desconhecido para o mundo
Herói de uma profissão sem valor.