Caminhoneiro

O destino e a rota quase sempre diferentes

Sempre distante de casa, da família e dos parentes

No painel uma foto para aliviar a saudade

Dos filhos e da mulher amada

Que há pouco tempo me fazia companhia

Agora já distante, milhas e milhas

O freio da carreta transmite em som a minha dor

E a solidão me faz chorar de amor

Chega a madrugada, mais pra gente nunca é tarde

Nunca é hora de parar

E com o frio vem a saudade

E a vontade de voltar

O dia sempre nasce comigo sempre acordado

A noite inteira no volante

Pra não chegar atrasado

Essa não é uma profissão fácil

Estamos sempre expostos a violência

E nunca somos recompensados por nossa competência

Eu como todos os caminhoneiros

Sempre sofro nessas estradas traiçoeiras

Sempre sufoco a saudade e a agonia

Pra levar pra casa o pão de cada dia

Passo por muitas histórias de solidão e terror

Sou um personagem desconhecido para o mundo

Herói de uma profissão sem valor.

GG
Enviado por GG em 15/12/2005
Código do texto: T86412