Soneto XXXII

O pensamento sombrio me possui

E eu possuo o pensamento sombrio

Assim, é com o este pensamento que crio

Assim, a maldição se conclui.

Em minha alma, a maldição também flui

Num coração que tem muito amor e muito ódio

Pelas melancolias, pelo vinho e pelo ópio

Pelo guerreiro que sou – e sempre fui!

Hão de um dia se acabar com tudo isso

Carcomido por vermes em minha sepultura

Meu sangue proliferará como um esguicho,

E, assim, não tendo à maldição mais cura

Descansarei, na morte, e estes rabiscos

Serão o eterno registro de minha amargura.