Confissão a solidão.

Penso que sofro de solidão
Eu sofrendo de solidão estranho até a mim
Sofro de solidão?
Sim, eu sofro de solidão.
Procurando estar com alguém
Estar além, estar melhor
Ser um alguém melhor
Sofrendo de solidão.
Mas sei que há sorte.
Os amigos me bem dizem
A família por mim se compraz
Amo aqueles por quem creio sou amada
E sigo amada por aqueles que amo
E por hora, me vejo cercada
Cercada de lugares, cercada de pessoas
Cercada de objetos.
De tudo aquilo que me faz o que sou
A beleza do bem e do mal.
E essa camada lá no fundo
Onde se esconde a minha solidão
Hoje me foi revelada com ajuda da razão
E confesso foi doído. Ah! Como doeu.
Ir tão fundo assim é como saltar de um precipício
Em uma fonte de água pura
A cabeça sente a pressão, o corpo sente o baque
E o menor descuido é irreversível.
É quando vem a coragem
Rompe nossos pulmões, e nos faz sentir o ar.
Foi só uma descoberta.
Ainda sofro de solidão.
Há muito ainda para olhar, muito para estar.
Estar comigo mesmo, estar em calma. Ser a paz.
E sinto que estes dias
Estranhos de solidão
Volta em volta, de repente, me freqüentarão
Em verdade, sempre estiveram dentro do meu coração
E quanto maior a sua freqüência, menor será sua insistência
Daquela que se revela, em local que se faz bela
Pelas ruas em meio a multidão
Ela displicente, passeando calmamente
A velha amiga solidão.