Outro dia, talvez...

Um mundo de sons,

de vozes, de risos,

de danças, bailados,

de doces canções,

de saias rodadas

gingando faceiras,

girando nos pisos

de grandes salões

fugiu-me ao desejo,

ficou na vontade.

A vida vivida

em belas noitadas

pelas madrugadas

nas mesas de bar

foi-se consumindo

pelas noites frias

seguidas de dias

gelados, sem graça,

morreu de vontade

de um dia te amar.

Nesta roda viva

do meu dia-a-dia

eu vivo penando,

pensando no amor

que eu tenho guardado

pr’um dia te dar,

pois esta beleza

que emana de ti

é bem diferente

do meu desamor.

O amor bem guardado

no meu coração,

expresso nos passos

de um leve dançar

e no palpitar

de mãos se tocando,

é amor diferente

que brota da gente,

é vida que vive

sem pressa de amar.

Se a vida é tão breve

e o tempo não pára

e a força da vida

se exaure entre as mãos,

se o mundo, tão triste

e cruel, nos separa,

o amor é mais forte

e espera o momento,

e na hora devida

ele rompe as amarras.

O meu modo hedonista

de amar sem fronteiras

e de ver no amor

a energia da vida

me leva a sentir

o que eu sinto por ti

e permite expressar

todo meu amor,

e com todo fervor

me permito te amar.

E sem pressa de amar

eu te espero outra vez,

pois o meu coração

inda guarda o calor

que o teu corpo irradia;

outra noite, outro dia,

outra hora, talvez...

tomarei tua mão,

sentirei teu amor

em meu ser se aninhar.