São muitos os rostos, vozes, olhares
Sorrisos, quase sempre abertos, mesmo nas adversidades
Transitam pela cidade, carregando filhos
Vão correnso, deixa-os numa creche
E prosseguem para vender sua mão de obra
Quase sempre explorada
Salário ? Quase sempre, minguado
Trabalho, ônibus, creche, casa
Marido, talvez, desempregado
Cidadã responsável, sensível
Dupla jornada de trabalho, pouco descanso
Na roleta russa da vida, falta tempo
Faltam direitos, reconhecimento.
Há aquelas sem filhos, sem maridos
Mas com suas parceiras
Também produzem, amam, pagam impostos
E pagam por seguirem a norma social
De ter uma família convencional
Mulheres desbravadoras
Derrubando barreiras sociais, econômicas, morais
Exerçam seu direito a cidadania
Caminhem altivas, rumo a dignidade