Quem Me Inventou Fui Eu

Eu não fico para baixo,eu tomo impulso

E explodo em ironias como agora

Eu não sigo a fé do rádio,acho tão confuso

E sou daltônico pra moda

Não vou lhe fazer pensar que eu me sinto deslocado:

Pra mim o resto é que é inadequado.

Mancho com as cores do meu pensamento

A rotina,o formal e o distorcido

Esculpindo vultos através da prosa

Da minha geografia sinuosa

Nâo pense que se trata de ser certo ou errado:

O que é ambíguo acaba sendo mais exato

Não deixo que pergunte,sei que não se esqueceu:

Querida!,quem me inventou fui eu !

Sigo sendo circo e aberração sarcástica

Acumulo belos erros pra contar para os meus netos

Um espetáculo trash exibido em praça pública

Nascido com o benefício do final em aberto

Calço pés de estranhos com percalços próprios

E pra tal gesto dispenso um sentido

Reinvento a rua quando a atravesso

Há proteção no verbo bem municiado

Nâo precisa interpretar,somente rir do que escrevo

Já que um homem é somente passageiro

Tanta indefinição,mas há um mérito que é meu:

Querida!,quem me inventou fui eu !

Há quem diga que eu não presto também

Com um sorriso e nenhum desdém

Há quem procure uma cura para mim

Como se pode ser feliz assim ?

Pretendo terminar com a declaração

De que prefiro a espiral ao circular

Com gosto corro o risco de ser descendente,

Melhor do que nascer e morrer num só lugar.

Trilhar o meu caminho ao encontro do imperfeito

Acaba sendo tudo que eu só faço direito

Não dá pra fechar o livro se você não entendeu:

Querida!,quem me inventou fui eu !

O pesadelo que eu tenho é pra bem depois do fim:

Voltar banda cover,renascer clichê de mim !

Rodrigo Fróes
Enviado por Rodrigo Fróes em 19/12/2005
Código do texto: T88295