Quem Me Inventou Fui Eu
Eu não fico para baixo,eu tomo impulso
E explodo em ironias como agora
Eu não sigo a fé do rádio,acho tão confuso
E sou daltônico pra moda
Não vou lhe fazer pensar que eu me sinto deslocado:
Pra mim o resto é que é inadequado.
Mancho com as cores do meu pensamento
A rotina,o formal e o distorcido
Esculpindo vultos através da prosa
Da minha geografia sinuosa
Nâo pense que se trata de ser certo ou errado:
O que é ambíguo acaba sendo mais exato
Não deixo que pergunte,sei que não se esqueceu:
Querida!,quem me inventou fui eu !
Sigo sendo circo e aberração sarcástica
Acumulo belos erros pra contar para os meus netos
Um espetáculo trash exibido em praça pública
Nascido com o benefício do final em aberto
Calço pés de estranhos com percalços próprios
E pra tal gesto dispenso um sentido
Reinvento a rua quando a atravesso
Há proteção no verbo bem municiado
Nâo precisa interpretar,somente rir do que escrevo
Já que um homem é somente passageiro
Tanta indefinição,mas há um mérito que é meu:
Querida!,quem me inventou fui eu !
Há quem diga que eu não presto também
Com um sorriso e nenhum desdém
Há quem procure uma cura para mim
Como se pode ser feliz assim ?
Pretendo terminar com a declaração
De que prefiro a espiral ao circular
Com gosto corro o risco de ser descendente,
Melhor do que nascer e morrer num só lugar.
Trilhar o meu caminho ao encontro do imperfeito
Acaba sendo tudo que eu só faço direito
Não dá pra fechar o livro se você não entendeu:
Querida!,quem me inventou fui eu !
O pesadelo que eu tenho é pra bem depois do fim:
Voltar banda cover,renascer clichê de mim !