No Meio

São vários os sopros de esperança

Vagando por entre os bosques áridos da seca

Até o atrás de seus olhos,

Onde consolam o choro,

Embalam-no como bebê

Até que o façam desnascer.

Múltiplas são as palavras

Com as quais abro o seu peito,

Conclamando-lhe a chamar todas as suas dores para fora

Para que não mais rasguem dentro de você

E possam sair rasgando pelo ar

Belas terríveis flores carnívoras

Aladas pelo fio do absurdo.

Embaralham-se em caleidoscópio as vontades e sonhos

Feitas em conselhos e verdades,

Armaduras para a vida inteira

Enviadas a seu ouvido

Ancestrais do amor.

E no meio de todas as estrofes vai algo seu

Meu desejo, minha segunda carne

Em quem meus toques somente escorregam

Mas imprimem

A poesia.

Rodrigo Fróes
Enviado por Rodrigo Fróes em 19/12/2005
Reeditado em 28/03/2014
Código do texto: T88303
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