No Meio
São vários os sopros de esperança
Vagando por entre os bosques áridos da seca
Até o atrás de seus olhos,
Onde consolam o choro,
Embalam-no como bebê
Até que o façam desnascer.
Múltiplas são as palavras
Com as quais abro o seu peito,
Conclamando-lhe a chamar todas as suas dores para fora
Para que não mais rasguem dentro de você
E possam sair rasgando pelo ar
Belas terríveis flores carnívoras
Aladas pelo fio do absurdo.
Embaralham-se em caleidoscópio as vontades e sonhos
Feitas em conselhos e verdades,
Armaduras para a vida inteira
Enviadas a seu ouvido
Ancestrais do amor.
E no meio de todas as estrofes vai algo seu
Meu desejo, minha segunda carne
Em quem meus toques somente escorregam
Mas imprimem
A poesia.