Pôr-do-canto em qualquer sol...
Pensava ser um jardineiro errante
e em meu canteiro de um
poço sem letra
ou melodia
o meu canto de mundo
acumulava solidão
ou intensa melancolia...
Incerto era o tom da noite
Incerto era o tom da tarde
Incerto era o tom do dia
Pensava ser um cantor destoante
e em minha música de um jardim sem cor
ou traço
o meu pensamento de mundo
acumulava marcas d’água
de um extenso espaço (de dor)
Incerto era o tom da noite
Incerto era o tom da tarde
Incerto era o tom do dia
E se pensava (não) ser
Não sabia se era...
Minha cor ou melodia
não tinha canteiro
E, cá, do meu pranto
eu, só, esperava
até que este pôr
de flores ao sol,
passou a existir ...
E por elas (as flores)
Passei a ser um canteiro de mim...
E certo é o tom da noite
E certo é o tom da tarde
E certo é o tom do dia
(Adriana Luz – 02 de março de 2008)