SEU NEM AÍ

Escrevo desafiando a sensação incerta...

A pressão na minha mão agora é leviana:

Pulsa!... Treme e quente como chama

Ama na força da intenção que desperta!

Nem sei os versos que lanço à folha plana.

Vêm sem querer da razão entreaberta...

Que fogem e ficam, pois a mão os aperta,

Riscando vários sons na cor mais sacana...

Vão sem luz, criando em mim a imagem

De tocar o seu nem aí, inerte.

Que vai e vem sem volta nessa viagem...

Dei fim... Paro volúvel e fico olhando...

Saiu de mim é livre e não se perde...

Pois meus dedos lha seguiram riscando.