Vigília
Não tenho outra opção,
por isto estou aqui,
neste ofício insípido,
nesta sobra do dia.
Faço gênero,
com medo de não reconhecer
mais a morte.
Velo meu ego sanado,
meu modo satírico de viver.
Por que caminhar no sólido
chão de versos e rimas?
Uma simples farpa me faz parar,
me faz temer mais um passo,
não tenho outra opção,
somente me preparar como em véspera
de festa,
velar momentos fúnebres.
Estou assim,
por recitar erros,
por esboçar frases velhas,
medonhas,
morrerei sem escolha alguma,
já sei o Pai Nosso.