" Refém "

Meu coração é mar que não se acalma

Arremessado de ventos e temporais

Não resolvido pelos meus açoites,

Só me distraio nos teus vendavais

Quem sabe o amor, que é fúria

Queira a tormenta pra me decifrar

Em pergaminhos e vagas

Na dimensão lunar

Agora que estás comigo

Eu tenho brilho e calma

Escrevo versos doloridos

Na sensatez da alma

Depois, um sentimento de ir embora

Me faz refém de outros rochedos

De braços nunca navegados

E lábios cortados por segredos

Invejo o mar e a amplidão

E a vontade imensa do não ser

Não seria vã a minha vida

Se fosse impossível te esquecer .