ROUPAS BRANCAS

SE EXISTIU A ROUPA NEGRA, AGORA É A VEZ DA CLARIDADE, DA LUZ, DA ESPERANÇA

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A roupa resplandecentemente

olhou

e ordenou incandescentemente,

“vista-me agora!”

é tua hora!

Ela bela, branca, alva,

perfumada, flores do campo

maravilha, malva,

vou clarear tua vida,

abrir teu sorriso escondido, contido,

serei a improvável neve

ainda que breve,

no deserto das tentações,

traçarei teu caminho,

não para ficar fácil e perto,

mas que seja duro, porém seguro,

quero espargir, reluzir tua aura,

pois neste mundo de equívocos, enganos

acertos quase nenhum,

a roupa negra de um dia

foi mais um,

afirmou que tu falhaste

asseguro-te daquela beleza tu escapaste,

agora como tua veste,

meu poeta e escritor

alvoreci teu lado obscuro,

amanheci um dia brilhante, radiante,

porque tu foste um vencedor,

dissipou-se o negrume

infiltrei-me entre as frestas do tapume,

sem alarde, sem gritar,

posto que a veste negra já pressentiu

e viu o fim;

O velho baú abriu seu tampão

e ela repousou enfim,

na própria escuridão.

ANDRADE JORGE

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20/12/05

ANDRADE JORGE
Enviado por ANDRADE JORGE em 21/12/2005
Reeditado em 04/02/2020
Código do texto: T89007
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