MANIFESTO POLIÓPTICO

Eu no meio-termo te odeio:

tuas fronteiras; tuas beiras litorâneas;

tua bandeira positiva,

causas-me náuseas e frieiras!

Eu te odeio nua nas ribeiras,

em cujas cônegos te montam,

recitando escrituras lisonjeiras.

O que me move

a não rachar

com tua besteira?

Ah, eu te odeio muito,

quando estufas o busto

em cânticos rijos

e tuas vozes uníssonas,

cívicas,

berram tão belas e incessantes,

por essas e outras cordilheiras.

RODRIGO PINTO
Enviado por RODRIGO PINTO em 07/03/2008
Reeditado em 07/03/2008
Código do texto: T891639