"Mulheres são divinas"

Amo todas as mulheres

Com suas bundas salientes

Outras nem tanto, tímidas, murchas

Com seus seios rijos, flácidos, enormes, minúsculos

Com suas peles macias, desprovidas de pelos,

Cheirando a cio, a rosas vermelhas

Suas mãos carinhosas, nervosas, pacientes

Amo todas as mulheres

Com suas decididas indecisões

Casas arrumadas dos telhados aos porões

Com suas janelas envidraçadas, enfeitadas

Suas bugigangas inutilmente necessárias

Dependuradas nas varandas

Amo todas as mulheres

E seus olhares que nos desvelam as suas almas

Tão fantásticas, misteriosas e pacificas

Seus corações românticos

Apaixonantes e apaixonados

Seus pés pequenos e perfeitamente adequados

Amo todas as mulheres

Com seus lábios sedutores, macios, desejados

Com suas curvas que nos fazem perder a direção

Ah! Como eu amo todas as mulheres

Umas tão santas, umas tão meretrizes

Todas tão mulheres

Amo todas as mulheres

E suas verdades, suas mentiras

Seus sextos sentidos

E todos os seus sentidos

E seus dessentidos

Suas contradições, seus avessos

Suas silêncios, suas razões

Suas palavras, seus gritos

Seus cabelos, seus pelos, seus desvelos, seus zelos

Amo todas as mulheres

E suas independências organizadas

Suas carências, suas tensões pré-menstruais

Suas cólicas, suas fases

Como luas minguantes, cheias, crescentes, novas

Amo todas as mulheres

Eternas deusas vestidas de sedução

Seus sorrisos, suas bocas

Seus desejos resumidos em carinhos

Amo todas as mulheres

E suas traições fieis

Quando suas fidelidades são traídas

Suas imperfeitas perfeições

Suas coxas, pernas, braços

Seus sexos, seus sonhos

Seus abraços, suas celulites

Suas idades escondidas

Suas imposições de limites

Amo todas as mulheres

E suas lúcidas transparências

Suas línguas, suas lágrimas, suas faces

Tão meigas e femininas

Amo todas as mulheres

Porque todas são divinas

Varley Farias Rodrigues