Vestes

No momento em que você

entrar aqui

Quando um deixar e o outro

consentir

Vou lhe vestir com as melhores

palavras

E comentar suas verdades

com pincéis de seda

Trançarei versos em madeixas

de poemas

Emoldurando com minhas pálpebras

você

Fazendo da minha declaração

uma manta.

Querida, estou nu.

Mas se tal hora você quiser

ir embora

Peço que deixe as palavras

Peço que as entregue para sua

não-propriedade

Deixe-as voltar para o seu

centro de origem

Onde sempre se cultiva

o encanto.

Lembro que se esqueça de ver

por este espelho

Pois este reflete os meus olhos

Quando já não deve usar o meu olhar

que está cansado.

Da minha parte também entrego as suas

De sorriso no rosto e alma leve,

Já que sei que saímos em metades iguais

Já que sei que a perda é ilusória,

visto que os comentários com que lhe dei afago

Pertenceram antes de você e tudo a mim.

São e continuarão sendo

A forja dos meus amores utópicos

A minha parte e a outra da conquista

De mim por este

Que foi seu.

(Finalizado em 26/04/04

Revisado em 28/03/2014)

Rodrigo Fróes
Enviado por Rodrigo Fróes em 21/12/2005
Reeditado em 28/03/2014
Código do texto: T89184
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