VIÚVA

No topo de uma colina

Coberta por um gramado

O vulto de alguém se inclina

Num gesto desesperado

Aos pés de uma sepultura

O vulto coloca flores

Mostrando muita amargura.

No rosto, o vinco das dores

Chovendo torrencialmente

O vento sopra bem forte

Como um gemido estridente

Maldizendo a sua sorte

E o vulto, desesperado,

Sequer sente aquela chuva

Pois chora por seu amado,

De quem hoje é a viúva...

Miriam Panighel Carvalho
Enviado por Miriam Panighel Carvalho em 31/03/2005
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