Desejos sem Eco

Quero acomodar meu rosto em seu rosto

Descansar nos sulcos de suas formas luzidias

Aconchego vertical e definitivo

Em síntese de vontades.

Quero,lábios mártires em seu pescoço,

Pronunciar um dos todos nomes que você não tem

Ao mesmo tempo que vejo todos os nomes que você não quis

Andando agasalhados pelas ruas

Com as letras da vontade viva

Meu coração no momento é massa dissonante

Um apenas entre estados gêmeos

Estou num momento em que toda beleza é pequena

Senão aquelas que me respondem ao nascer

Aquelas que fogem aos quartos

E têm lágrimas de Via Láctea apenas

Para ver chorar de olhos fechados e vida acesa

Não quero agora saber de Musas

Quero apenas desenhá-las no céu

Onde a ausência de nome tem por si só brilho

E meus desejos já estão vivos sem nascer.

Rodrigo Fróes
Enviado por Rodrigo Fróes em 22/12/2005
Código do texto: T89216