Desejos sem Eco
Quero acomodar meu rosto em seu rosto
Descansar nos sulcos de suas formas luzidias
Aconchego vertical e definitivo
Em síntese de vontades.
Quero,lábios mártires em seu pescoço,
Pronunciar um dos todos nomes que você não tem
Ao mesmo tempo que vejo todos os nomes que você não quis
Andando agasalhados pelas ruas
Com as letras da vontade viva
Meu coração no momento é massa dissonante
Um apenas entre estados gêmeos
Estou num momento em que toda beleza é pequena
Senão aquelas que me respondem ao nascer
Aquelas que fogem aos quartos
E têm lágrimas de Via Láctea apenas
Para ver chorar de olhos fechados e vida acesa
Não quero agora saber de Musas
Quero apenas desenhá-las no céu
Onde a ausência de nome tem por si só brilho
E meus desejos já estão vivos sem nascer.