Som de flauta doce

“Hoje eu só quero o som de flauta doce

a embalar meus sonhos de poeta”

(Lisieux Souza, “Flauta doce”)

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Hoje eu não quero nada mais além

que o som de flauta doce em meu ouvido,

um rouco som, um murmurar sentido,

a música suave que faz bem

e que me envolve nesse vai-e-vem

dos dedos, em performance discreta,

e nos ouvidos do mais puro esteta,

um mundo inteiro que jamais calou-se.

Hoje eu só quero o som de flauta doce

a embalar meus sonhos de poeta.

Hoje eu não quero nada: eu quero mais

que todos os acordes, quero tudo

e nesse som que me acompanha eu mudo

a minha vida. O som me traz a paz

e a harmonia. O rouco som me traz

toda a saudade que não apagou-se.

Hoje eu só quero o som de flauta doce

a embalar meus sonhos de poeta,

e nesse som alcanço a minha meta;

o som devolve o sonho que encantou-se.

29/03/2005