Barro
Um dia sorrindo, outro chorando,
As vezes dormindo por horas cantando,
Os pássaros que choram em forma de canto,
Relicário divino, repleto de encanto.
A paz que outrora pareceu-me distante,
Chegou bem faceira e muito marcante,
Me fez alegria, retornou meu sorrir,
Fez morada em meu peito e a dor partir.
Na hora da dor a felicidade se escondeu,
Meu peito dilacerou e o medo cresceu,
Me perdi por dias e me reencontrei,
Deixei o amor fluir e a ser eu mesmo voltei.
Nunca na vida sonhei ser amado,
Só queria que assim o fosse para não ser apagado,
Pois sempre na vida eu quis ser feliz,
É assim o destino nos mostra nossa raiz.
Sou rocha de barro no meio da chuva,
Que esfarela fácil e novamente se molda,
Nunca achei que o sofrimento viria,
Mas sempre tive certeza que iria embora.