Barro

Um dia sorrindo, outro chorando,

As vezes dormindo por horas cantando,

Os pássaros que choram em forma de canto,

Relicário divino, repleto de encanto.

A paz que outrora pareceu-me distante,

Chegou bem faceira e muito marcante,

Me fez alegria, retornou meu sorrir,

Fez morada em meu peito e a dor partir.

Na hora da dor a felicidade se escondeu,

Meu peito dilacerou e o medo cresceu,

Me perdi por dias e me reencontrei,

Deixei o amor fluir e a ser eu mesmo voltei.

Nunca na vida sonhei ser amado,

Só queria que assim o fosse para não ser apagado,

Pois sempre na vida eu quis ser feliz,

É assim o destino nos mostra nossa raiz.

Sou rocha de barro no meio da chuva,

Que esfarela fácil e novamente se molda,

Nunca achei que o sofrimento viria,

Mas sempre tive certeza que iria embora.

Carlos Falcão
Enviado por Carlos Falcão em 11/03/2008
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