Por acaso...

Por acaso percebi
que as flores ainda tinham cheiro
que o vento ainda viajava
pelos campos,
mesmo sem mim...
Por acaso descobri
que os invernos ainda
gelavam-me as mãos,
e que ainda viriam
muitos verões,
muitos outonos, enfim...
Foi por acaso que eu entendi
que a vida não acaba
quando e nem porque
a gente quer,
que eu estarei aqui,
querendo ou não,
e haja o que houver:
com a vida e o sonho na mão
é só querer....
E eu decidi:
foi assim, por acaso...
que eu sobrevivi!