Tarde da noite...

Euna Britto de Oliveira

Site de Poesia: www.euna.com.br

Palmadinhas carinhosas calejam de carinho o bebê...

Sem saber beber na fonte pura,

A criatura vai ao encontro do sal de cozinha

Diluído na água do mar...

Salva-se a concha

E a pérola se perde para sempre no oceano.

De que farei viver meus dias inventados sem você?

Preces noturnas salvam-me da solidão soturna.

Preciso de paz no corpo.

No copo de vinho,

Molho meu lábios com um outro estado de uvas...

O que será que me espera atrás da porta que é esta madrugada?

Fios finos de ouro

Costuram as roupas passadas a limpo

Para o casamento da princesa.

Fui ver o sol da manhã.

Ocultava-o uma nuvem em forma de branca paciência...

Somos dezessete os remanescentes da tribo atraída para a civilização.

Fez caso de mim o moço.

O modo confuso, eu uso para desfiar dúvidas,

Não para dirimi-las...

Não sei se fico ou se vou.

Não sei se é amizade ou amor.

Tarde da noite

Os animais não namoram – Os humanos, sim.

Respira-se liberdade na foz do rio amarelo.

Prendo com os pés o momento que é a primeira oportunidade minha com o vento...

Pergaminhos foram-me dados virgens como CDs virgens.

Um apito de trem corta a noite.

A valentia, bem que tem sua serventia.

Conforme a hora, sou tudo.

Conforme a hora,

Sou só carinhos ociosos...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 16/03/2008
Código do texto: T903714