Saudade que Sangra

Maria Thereza Neves

a leveza dos sonhos

que a mão suave escuta

vaza no papel os sentimentos

molha as folhas do destino

escreve com as gotas da alma

o vagar na vertigem da noite

sem rumo, nas correntes incertas

alças solta das sensações

das zonas do silêncio eloqüente

no luar crescente

da fronteira dos instantes

nas linhas, as palavras choram

porão , poeiras finas da vida

sem ponto nem vírugula

na quietude cristalina do alvorecer

esperanças de um tempo

dos sonhos que exilaram nas nuvens

nas brumas, linhas do horizonte

nas lágrimas do sol

que vai tecendo,desfazendo os dias

oh poeta !

oh flor da noite

onde todo o orvalho se perde

o passado se esconde

destilando no álcool da poesia

a saudade que sangra

e morre no ponto.

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 25/12/2005
Código do texto: T90453