Vazia...Má Oliveira

E quando o lado esquerdo do peito

reveste-se de dor e decepção....

na boca sente-se o fel

prenuncio da desunião...

Mão que deveria me ser estendida

vejo segurando firmemente

a que contra mim foi erguida...

Pros meus ais, teus ouvidos se fecham

ocupadíssimos estão

com quem hoje lhe convém

chamar de irmão...

Tuas desculpas e argumentos...

tua ausência oportuna

agora posso entender...

e ainda mais faz doer...

Amizade é algo espontâneo

não há o que cobrar...

nem sempre a proporção é a mesma

entre o que se recebe e o que se dá...

e se minhas lágrimas correm

não posso te culpar...

isso faz parte da vida

um dia vai passar...

E se tudo de mim, que lhe doei

não merece consideração...

afasto-me de ti

poupando-te de, sultimente

ter que me mostrar sua posição....

pergunto-me em que momento errei...

no quanto devo ter te magoado...

vai ver é porque nunca te enganei...

por jamais máscaras ter usado...

Já bem disse Huberto Rohden:

"que nenhuma ingratidão me faça ingrato,

que nenhuma injustiça me faça injusto,

que nenhuma amargura me faça amargo,

que nenhuma maldade me faça mau"

parto...

levo o coração despedaçado...

pedindo-te perdão

por ter sido eu mesma

e ter te decepcionado...

sigo em frente,

sabendo que não estou sendo ingrata

buscando não ser injusta

pedindo a Deus que o amargo,

que neste momento me contamina,

não me torne má...

as mãos ainda geladas...

tremendo...

vazias...

nem se comparam

a como está meu coração....

Má Oliveira
Enviado por Má Oliveira em 17/03/2008
Reeditado em 17/03/2008
Código do texto: T904807