Nem só de poemas

Viverá o poeta

Da corrida matinal

Do trabalho artificial

Dos clichês do dia a dia...

Nem só de pão, livros e mulheres...

Viverá o poeta...

O poeta viverá do sublime

O poeta viverá do suor...

Viverá da câimbra de amor

De um cafuné poético na alma

Acalentando seu ego na solidão...

O poeta viverá do desprezo

Da incompreensão

Na ilusão

O poeta viverá da arte

Que o levará para um mar revolto

Sem nenhuma segurança no porvir

O poeta viverá de sabores, dores e amores...

Do vinho na taça

Do chute na canela

Do carinho da amada

Dos versos que transbordam

Do sangue que corre nas veias

Nem só de vida...

Nem só de despedida...

Nem só de comida

Nem só de lirismo

Nem tão pouco de inspiração

Viverá o poeta

Nem só de individualismo

Nem tão pouco no ostracismo

Viverá o poeta

Nem só da morte

Viverá o poeta

Nem só de sopro

Nem só de poemas...

Ton Machado Guimarães
Enviado por Ton Machado Guimarães em 18/03/2008
Reeditado em 18/03/2008
Código do texto: T906086
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