Nem só de poemas
Viverá o poeta
Da corrida matinal
Do trabalho artificial
Dos clichês do dia a dia...
Nem só de pão, livros e mulheres...
Viverá o poeta...
O poeta viverá do sublime
O poeta viverá do suor...
Viverá da câimbra de amor
De um cafuné poético na alma
Acalentando seu ego na solidão...
O poeta viverá do desprezo
Da incompreensão
Na ilusão
O poeta viverá da arte
Que o levará para um mar revolto
Sem nenhuma segurança no porvir
O poeta viverá de sabores, dores e amores...
Do vinho na taça
Do chute na canela
Do carinho da amada
Dos versos que transbordam
Do sangue que corre nas veias
Nem só de vida...
Nem só de despedida...
Nem só de comida
Nem só de lirismo
Nem tão pouco de inspiração
Viverá o poeta
Nem só de individualismo
Nem tão pouco no ostracismo
Viverá o poeta
Nem só da morte
Viverá o poeta
Nem só de sopro
Nem só de poemas...