Eis a questão...

Não venha me falar de amor

de lavas, vulcões e essas bobagens

sou eu mesma, um ser humano, sinto dor

e vou onde quero nas minhas viagens

não me aperte, tire todas as suas camisas

- deixe espaço no meu guarda-roupas -

minhas sedas são bem mais lisas

que esse paninho puído das loucas

não sou nem nunca me fiz de santa

só ajoelho e você sabe em qual ato

e estirpe é coisa meio que sacrossanta

não tem pra vender, é inato

também não crio caso e não me caso

não quero nada dessas coisas bobas

gosto de rede, sombra e verso raso

oferto os meios, os seios e as bocas

não aceito o teu ciúme e me divirto

exijo espaço igual e se não agüenta

se (re)invente poeta, que o teu 'hirto'

eu passo na língua, com pimenta...

Sampa, 19.03.2008

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