Quem pode julgar?

Eu sou julgado ou você é julgado

No palpitar forte do coração,

No corpo trêmulo de emoção...

Desfaz-se da angústia

Da dor da acusação.

Quem pode julgar?

Não permita se dar esse direito.

Baseado em que?

Somos fúteis, frágeis, dissimulados.

Morremos, em nossos próprios leitos.

Quem pode julgar?

Os olhos do mundo são cegos.

Só ver aquilo que deseja ver...

A ignorância também é cega.

Mesmo em teoria, sabendo ler.

Quem pode julgar?

Destroça, despedaça, a qualquer sentimento,

nas entranhas inibidos.

Não importa o lamento...

Julga-se bem merecido.

Eu ou você somos julgados...

Abre as fendas do peito...

Deixa jorrar o amor...

Um dia sente-se aqui...

Noutro... Onde será essa dor?

Quem pode julgar?

Ocultamos o nosso rosto verdadeiro.

Por medo ou rebeldia

Face estranha aparece

Em momentos de covardia.

Eu ou você somos julgados...

Acusamos sim... Todo dia.

Somos donos da verdade.

Infelizes... Os bem culpados

Os que vivem marginalizados e injustiçados.

Quem pode julgar?

Julgamos ser superior.

Eleva-se o nosso espírito...

Condenamos, e humilhamos.

É o nosso desejo maldito.

Eu ou você somos julgados...

Se isso nos conforta

Se assim somos vingados...

Deixamo-os em paz...

Esqueçam!--- Os condenados.

Zaía Cruis
Enviado por Zaía Cruis em 22/03/2008
Código do texto: T911224
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