Filósofo amador

Vou à cozinha e me sirvo de café

Sento-me e olho

Esta tarde completamente cinza

E começa nela

A minha viagem sem fim

Sem começo

Sem volta

Um rosto não sai dos meus pensamentos

Entretanto não é o seu

É um rosto novo

E ao mesmo tempo familiar

Sua expressão me faz sorrir e chorar

Simultaneamente

Continuo pensando

E, sem querer, concluo

Que este rosto está aqui

Devido à ausência de ti

Minha vontade agora

É levantar dessa cadeira

Jogar meu café na pia solenemente

Sair pela tarde gris

Está comprada a passagem de volta.

Carol Porne
Enviado por Carol Porne em 23/03/2008
Código do texto: T912877
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