SATURNAIS
SATURNO
Saturno,
com seus anéis abismais,
faz a Terra retornar
a si mesma... talvez.
As cores se confluem
em Júpiter,
mas Saturno faz
a revolução da
evolução na Terra,
pois o Universo
tornou-se inútil
à medida que
a confluência do Criador
se expande numa explosão de poder.
Saturno e seus anéis
reverte à Terra ao patrimônio,
prenunciando que a luta vai
continuar, e a Terra continuará
a se reverter e a se inverter,
obedecendo a lua e as
Leis divinas.
SINCERA E SANGRENTA REVOLUÇÃO
De uma sincera e sangrenta revolução,
sempre surgirá um olhar para a vida
que dará motivos para que o soldado popular
procure o remédio para seus ferimentos.
É uma perspectiva de vida que nasce, vibrando e se
arriscando a cada instante de sua história.
É isto que surge: a perspectiva para o futuro,
lutando e se resolvendo no presente:
tentando carregar os mastros, com todos os problemas
que se apresentam perigosos e ameaçadores.
A vida canta com admiração
quando vê esses movimentos de homens
a procura da revolução, repletos de hinos,
de armas e de cordas para a esperança.
E caem homens... com seu combate, sangrando
e tendo, ainda, a última visão
do seu mundo vencedor e revolucionário.
Isto deu motivo a esse homem, a grande evolução incessante
pela qual lutou desesperadamente.
Tudo impulsionou esse homem a essa luta;
as contradições que o afligiam, a história que arquitetava...
e os laços humanos estreitando-se, tudo isto movendo
um homem, lançando seus gritos esperançosos para um mundo
além de seus campos de batalha, um mundo ainda por construir
por meio de uma nova batalha. Tudo isto moveu esse homem...
Que a ele foi ensinado o que ele sentiu na carne,
e a sua voz esfomeada querendo as perspectivas e
incentivando a luta contra aquilo que o molestou.
A vida canta com admiração
assim que vê determinado tipo de busca de glória,
determinado tipo de bravura... mostrando-se homem, homem que sofria.
Numa sangrenta e sincera revolução,
é comum contemplar com horror braços em movimentos rápidos,
alguns despedaçados pela tortura passada,
outros desnutridos, mas agora arrancando a nutrição
de onde era escondida e amesquinhada.
E esses mesmos braços delirando e
tentando manter e querendo manter a transformação, a revolução...
pois ela também se conflita em ondulações profundas
e está exposta a tudo.
E a vida olhando com admiração para o esforço revolucionário,
para esta agitação do mais recente tempo,
para esta revolução que atinge, agora, o seu ápice:
a solução mais recente e vigorosa... o dinamismo solucionando.
Essa agitação que tem por interior essa mesma vida,
por isso ela sorri,
sorri de satisfação, sorri com os lábios voltados
para o horizonte, porque estão lutando por ela de uma forma
ou de outra; estão se movendo desesperadamente nela, para se renovar
e se encontrar mais verdadeiramente com o homem.
Esta é a admiração da vida, nela está tudo o que se revoluciona,
formando estruturas; nela está esse homem que não cessa de querer
algo, algo dirigido pela luz da história; nela está esse homem
a admirar, também, a vida.
FERNANDO MEDEIROS
verão de 2005