Rabiscando pela madrugada

Noite fria, calhas pingando

Orquestrando a chuva fina.

Entre um pingo e outro

Ouço o vento

Tocando nas folhas

Das árvores da rua.

Aqui dentro o silêncio impera

O relógio da sala

Vez ou outra

Rompe a barreira

E se faz presente.

Um assobio surge de repente

É o vigia noturno

Vagando rotineiro pela rua

Zelando por nós moradores.

Fico pensando se ele sabe

Que acordada estou a ouvi-lo

Com seu andar sorrateiro

Vai e volta a parar

Novamente em frente

A minha janela, a assobiar.

A chuva não para

Tem bem duas horas

Meus pensamentos vagam

Voam pela noite afora

Até encontrar finalmente

O amanhecer.

Olhosdepoeta
Enviado por Olhosdepoeta em 01/04/2005
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