Sedutor!

Você descobriu em mim,

Uma mulher que nem eu sabia existir.

Despertou minha vaidade, vontade...

Uma mulher entregue e selvagem.

Minha culpa implode, meu desejo explode...

Quando percorre meus cantos e recantos com rápidas mãos

E sedutor, conduz minha lascívia, minha emoção

Sinto-me dividida entre a razão e essa sensação...

Que me fez prisioneira do teu beijo, teu jeito, teu cheiro...

Meu corpo treme ansiando por você,

Mais meu coração sabe que nunca vou te ter.

Fecho os olhos e me deixo dominar por uma vertigem

Fico vulnerável... Ante teu querer,

Tua voz aveludada a arrepiar minha nuca,

Teu olhar a me desnudar, chega a me tocar...

Não sei dizer não a tua paixão

E só quero sentir teu corpo sobre o meu

Tuas coxas sobre minhas coxas

O vai e vem de nossa paixão

Calor que me deixa insone, tesão...

E me delicio com essa loucura

Mesmo sabendo que ela se faz companheira da solidão.

Pois você me olha e não me enxerga,

O transparente em mim se reflete

Em minha realidade humana e frágil.

Tua visão ultrapassa a virtude dos sentimentos,

E sei, só pensas na satisfação do momento...

Dominado pelo meu cio

Pelo cheiro que de mim exala

E te fala do prazer que meu corpo oferece...

Mas sou mais que corpo, sou sexo oposto,

Não só tesão, Só paixão...

Mais, muito mais que um desejo qualquer...

Metade madura, outra insegura, tenho um lado criança,

Por vezes sou esperança

Sou coragem, sou mulher...

Também sou emoção, medo de escuridão.

Trago um sorriso fugaz que a desilusão desfez... Desfaz.

Transcrevo então no verso o reverso,

De meu sentimento... Entenda meu momento!

O tempo urgi e me devora os sonhos...

Como uma avalanche em sua enormidade gelada.

E vê-los virar fosseis me apavora,

E minha alma prisioneira de te chora.

Lágrimas, cristas liquidesfeitos,

Que rolam por minha face

E morrem em minha boca

Lábios que devoras com tua fome de beijos...

Teu hálito é meu néctar,

Tua língua minha perdição...

E sem saída, sem medida, enlouquecida...

Oferto-te meu corpo quente e macio,

No altar de tua ferocidade,

Dominada pela embriaguez desse desejo insano

Sem razão, sem direção, sem nexo...

Não sou mais dona de meus gestos,

Abraços toscos... Amor de arremate,

Nós somos só sexo na verdade!

Sem homogeneidade em nossas vidas,

Paralelas nossas vontades,

Nós encontramos no desejo,

Bifurcando nossos caminhos

Quando assume a realidade.

Observadora
Enviado por Observadora em 30/03/2008
Reeditado em 07/01/2015
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