Golpe
Planejo um golpe de Estado (dentro da minha cabeça)
Publicar meus poemas
Destruir as verdades
Aumentar,
ao dobro,
minhas chances de morte aos 40
(infarto na família,
dois maços por dia,
sedentarismo – quanto a isso, planejo aprender a nadar – só não sei quando)
Vou desistir por segundos (de tudo)
e revigorar (em júbilo)
Tudo isso, todos os dias
Quero mergulhar
numa sopa de raiva, mentira e desgraça,
O meu coração
(com tamanha profundidade, me atirar no abismo imprestável de ainda tentar)
Tatuar
O poema do Ser em minhas costas
Me reinventar (criar novos métodos)
Quero uma hemorragia
De emoções e carências
(Expor minha bílis, durante o ofertório)