ESPELHO, ESPELHO MEU...

Olhou-se bem no espelho

E viu-se como era velho...

Notou seu rosto enrugado

Pelas marcas do passado...

Parecia até, antever

Que está prestes a morrer...

Fechou os olhos, chorou

E à infância, retornou...

Em um Natal bem distante

No seu Lar aconchegante,

Como um Príncipe querido,

Seda e veludo, vestido...

Os presentes que pedia

Chegavam ao raiar do dia

Quando então, ele acordava

E tudo se iluminava...

O tremzinho que apitava,

O carrinho que buzinava...

Que com orgulho, exibia

Aos amigos com alegria...

Logo veio a adolescência

Com as várias experiências...

As primeiras namoradas,

O violão, madrugadas...

O noivado, o casamento

E o seu primeiro tormento:

A grande perda dos pais,

Expressão do nunca mais...

Amando muito seus filhos

O seu trem voltou aos trilhos

Na sua alma de artista

Seus sonhos fariam lista...

Muitos deles, realizados

Outros tantos projetados...

Livro no prelo, na estante

Seu companheiro constante...

Sua razão de viver

Está na Arte do Fazer...

De compor na Poesia

A verdade em Fantasia...

Voltou a ver-se no Espelho...

Sorriu e ficou vermelho...

Resolveu se renovar

No Ano que vai chegar!...

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 31/12/2005
Reeditado em 24/01/2006
Código do texto: T92648
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.