Eu e minha dor

Escrever é como uma dor.

Enorme. Grandiosa. Inconsequente.

Se estende na existência do meu verso

e mata minha vida no meio do caminho.

Eu e minha poesia somos duas luas

a se desdobrarem sob o papel de seda

que envolve, sem laços nem fitas,

a pureza entrelaçada dos dedos em minha boca.

É como se eu fosse um viés agudo do existencial

e minhas dores um bazar antigo:

grosso, volúvel, doce

e eu me reservo ao direito

de ma calar diante da pena...

Valdson Tolentino Filho
Enviado por Valdson Tolentino Filho em 01/04/2008
Código do texto: T926916