CONDENADO AO SUBLIME
Amarás! Com a resistência das resinas
respiradas e aspiradas na eternidade,
como no verso do poeta que muito amou...
Tomarás o brilho alheio e cegarás,
andarilho de ruas sem saída e começo...
Não descansarás! Dormirás ao relento!
Horas contadas, estrelas caídas, treme,
pois que a mão deslizará apenas uma vez,
uma única vez em toda a existência...
Come as horas, rouba estrelas, teme,
pois que ao tocar os cabelos da amada
guardarás do momento a liga física!
Prisioneiro do ato, tudo se transformará.
Alma comprometida na carne e sentidos...
Desfigurado, absorto em outro, seguirás!