Inconsistências

Não pertenço a este mundo!

Sou do mundo das estrelas

Que não falam, não odeiam, não amam,

No entanto, são vizinhas de Deus!

Não pertenço ao mundo Dor

Mas gostava dele ser

Para saber o êxtase que sentia

Se a alegria me visitasse.

Mas o mundo que vivo

É uma dor e mágoa

E sinto o seu êxtase,

coisas que não quero ter!

Não pertenço ao mar calmo

Nem das tempestades.

Nem do pássaro que conhece o chumbo!

Pertenço a um mundo que sou eu a cada momento

e cada momento é meu!

No mundo de poetas

que cresço

sou berro, sou dor, sou amor,

sou uma flor

que vive, dá cor, dá cheiro

que espreita o sol, o segue, suga-o e,

morre sem cor, seca, putrefacta

em húmus de onde volto sob o mesmo sol.

O meu mundo não existe!

Só as minhas vontades!

Porque não lhe pertenço

Não sei quando fiz este poema

Nem não sei quando nasci

Se hoje ou se nunca!

Dezembro 2005

Ana Maria Costa
Enviado por Ana Maria Costa em 03/01/2006
Código do texto: T93836